Maragogipinho é um distrito da cidade baiana de Aratuípe, localizada no território de identidade do Baixo Sul. Há cerca de 227 km de Salvador, o local é conhecido pela centenária produção de cerâmica, uma arte milenar que inclui o modo de fazer dos mestres/mestras ceramistas e uma vitalidade criativa expressa nas mais variadas peças. Segundo a pesquisadora Iaçana Costa Simões em Maragogipinho “Suas olarias e produção, atravessam o universo familiar, de geração em geração, estimando-se que a comunidade tenha pelo menos três séculos dedicados a este ofício, ininterruptamente.” (Simões, 2016, p.19). De fato, desde o século XVIII existem fontes documentais que fazem referência à localidade enquanto uma comunidade ceramista, como aquela produzida por Durval Vieira de Aguiar no livro Província da Bahia publicado originalmente em 1888:
Descendo o rio desde Nazaré, encontra-se à direita o canal que conduz ao Rio D’Aldeia, e antes a industriosa povoação de Maragogipinho, cheia de olarias, onde se fabricam as melhores vasinhas de barro de nosso mercado, como sejam: potes, talhas, bilhas, moringas, quartinhas, copos, panelas, caborés, etc., etc., especialmente as talhas de encomenda, pintadas e esculpidas, que são verdadeiros primores de arte. Escusa dizer que esse vasilhame, não vidrado, nos faculta as melhores resfriadeiras até hoje conhecidas.