A perspectiva museológica pautada no entendimento dos museus enquanto repositórios físicos de objetos colecionáveis vêm sendo reposicionada e ampliada a partir das discussões sobre a função social dos museus desde a Declaração de Santiago (1972) e das crescentes reinvindicações sobre a representação e o lugar da memória de grupos, territórios, saberes e histórias não hegemônicas. Além de (re)pensarmos a função e configuração dos museus, o desenvolvimento de meios digitais vem possibilitando o descentramento da produção do conteúdo museológico com a formação de acervos variados. Nesse sentido, a Recomendação referente à Proteção e Promoção dos Museus e Coleções, Sua Diversidade e Papel na Sociedade (Unesco, 2015), destaca as oportunidades oferecidas com a ascensão das tecnologias de informação e comunicação “em termos de preservação, estudo, criação e transmissão do patrimônio e de conhecimentos afins” (Unesco, 2015).
Outro importante elemento da prática museológica se revela na noção de patrimônio que passou a abranger a categoria do Patrimônio Cultural Imaterial nos museus, especialmente após a Convenção para a salvaguarda do patrimônio cultural imaterial – (Unesco, 2003), O tema ganhou força no encontro intitulado “Museus e o patrimônio intangível: o patrimônio intangível como veículo para a ação educacional e cultural” (2004) organizado pelo Conselho Internacional de Museus (ICOM) na Coréia do Sul.
Sobre o assunto, o relatório do CECA-BRASIL (representação nacional do Comitê Internacional para a Educação e Ação Cultural do ICOM), afirmou que:
Os museus não se restringem à cultura material e o trabalho dessas instituições visa à pesquisa, documentação, conservação, ressignificação e comunicação das manifestações intangíveis da cultura e dos objetos associados a essas manifestações.